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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

E Portugal, Passos? Já não está à frente?

por João Mendes

Fotografia: Luís Barra@Expresso

Pedro Passos Coelho, como tantos outros políticos que caem do seu pedestal, decidiu renunciar ao seu mandato de deputado, como é seu direito. Muito poderia ser dito a este respeito, sobre uma decisão que é absolutamente legítima, mas a mim causa-me sempre alguma perplexidade, ver um tipo que andou em campanha para eleições legislativas a declarar o seu amor à pátria e à causa pública, e que agora renuncia ao mandato para o qual se propôs e foi eleito (para exercer as funções de deputado e não de primeiro-ministro, que ao contrário do que defendem hoje alguns fanáticos negacionistas da democracia representativa, não existem, neste país, eleições para eleger directamente governos ou primeiros-ministros) apenas porque deixou de ser o alfa da São Caetano.

Ser um mero deputado, um simples representante do povo, não parece ser função que agrade ao mais recente barão do PSD. Com certeza que surgirão novas oportunidades no sector privado, onde Passos tem fama de indivíduo hábil a abrir portas, pelo que passar a ser um autómato que levanta a mão quando o próximo líder assim lhe ordenar não é hipótese a considerar. Eis o líder que põe Portugal à frente, que põe o país primeiro e que alegadamente o leva a sério a virar-lhe as costas mal cai do poleiro. Não surpreende.

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