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terça-feira, 15 de agosto de 2017
SIRESP: Saiba o que é, como funciona e quem são os seus utilizadores
Poupar não ajuda o crescimento. É o crescimento que determina o nível da poupança.
Os bancos não emprestam os nossos depósitos. Estes fazem parte das reservas de liquidez dos bancos, normalmente depositadas no banco central. A decisão de conceder o crédito não depende directamente dos depósitos, depende do risco do cliente, do risco do projecto e do nível do juro que consegue negociar, tendo em conta a concorrência. Quando o crédito é aprovado, o valor concedido é registado na conta do cliente, aumentando-lhe o saldo. O dinheiro é electrónico e é criado apenas com o teclado do computador do banco.
A procura do financiamento bancário depende da procura da economia e das expectativas de futuras vendas, ou da convicção das famílias de que os seus empregos lhes permitem pagar a mensalidade ao banco. Se a economia está deprimida, não é por falta de poupança que o investimento privado se reduz. É por falta de procura! Mesmo com taxas de juro baixíssimas o investimento pode não arrancar se o pessimismo for dominante.
Se a economia estiver a crescer de forma consistente, os rendimentos dos agentes económicos aumentam e, por isso mesmo, também poupam mais. Ou seja, a poupança resulta do processo de crescimento. A poupança não gera o crescimento. Aliás, a poupança das famílias retira dinheiro do circuito económico, reduzindo o consumo.
Há relativamente pouco tempo o Bank of England produziu um texto muito didáctico que envergonha os professores que ainda ensinam que os bancos são intermediários entre a poupança e o investimento. Não são. Eles criam directamente, quer dizer, electronicamente ("a partir do nada"), o dinheiro a emprestar, o que não passa de um registo contabilístico.
Fonte: Ladrões de Bicicletas
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
A economia só cresceu 2,8%?!
| por estatuadesal |
(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 14/08/2017)
A economia portuguesa voltou a crescer 2,8% no segundo trimestre do ano, o mesmo valor do primeiro trimestre e o mais elevado desde o início do século (partindo do princípio que o século começa em 2001…) Mas como várias previsões apontavam para um aceleração do crescimento ficou um sabor amargo e não devem tardar os comentários pessimistas. Sem nenhum sentido.
Quando o Presidente da República, numa conversa informal com deputados de um país do leste, deixou cair que a economia portuguesa poderia crescer mais de 3% este ano, bastava olhar para os números do primeiro trimestre (2,8%) para perceber que só seria possível ultrapassar os 3% se nos trimestres seguintes a pedalada fosse ainda mais forte.
Ora tendo em conta que as projeções mais recentes para a economia portuguesa por parte do Banco de Portugal e do FMI apontam para 2,5%, uma correção muito significativa em relação às suas projeções anteriores e que andavam na casa dos 1,8%, facilmente se compreende que só um Inesperado milagre económico poderia aumentar muito o valor de 2,8%.
É bom que se note que estes 2,8% do segundo trimestre confirmam a tendência do primeiro. Que estão acima em 0,3 pontos das projeções atualizadas do Banco de Portugal e do FMI; e muito acima do valor de 1,8% que está no Orçamento do Estado para 2017. Que é um crescimento superior ao da média europeia. Além disso, este valor já é o mais elevado deste século (não contando com 2000…), mesmo que fique em 2,5%. E as suas bases fazem acreditar que em 2018 se pode repetir, embora FMI e Comissão Europeia apontem para um abrandamento.
É bom notar que o crescimento europeu está mais forte que em anos anteriores e que o nosso principal parceiro comercial, Espanha, mantém um andamento próximo dos 3%. Logo, é de prever que as exportações nacionais irão manter um excelente desempenho no próximo ano. Também não é de esperar um abrandamento na entrada de turistas no país e a compra de habitações por parte destes deve igualmente progredir. Os fundos comunitários parecem estar finalmente em velocidade de cruzeiro. E o rendimento das famílias não vai seguramente reduzir-se.
Por tudo isso, é difícil acreditar que 2018 será pior que 2017. Mas entretanto, e até lá, o que se deve sublinhar é que no primeiro semestre deste ano a economia portuguesa cresceu como nunca neste século. Se fosse mais era melhor? Claro que era. Mas assim já não é nada mau, para uma economia que cresceu 0,4% em média entre 2000 e 2015 ou 0,2% entre 2001 e 2015.
O tele evangelista
por estatuadesal |
Assim, fiquei desde há minutos a saber que Passos Coelho vai apoiar o aumento do salário mínimo para 580 ou 600 e mais euros.
Centeno e Caldeira Cabral destacam “crescimento sustentado”
Cantora Ágata entra na corrida autárquica
As eleições locais não são só atractivas para os notáveis da política. Os famosos de outras áreas também costumam ir a votos. Desta vez é Ágata em Castanheira de Pêra.
SÓNIA SAPAGE13 de agosto de 2017